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Arquitetos: Aalva arquitetos
- Área: 166 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Isabela Ravagnani
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Fabricantes: Just Home, Leroy Merlín, Philips, Rhodes, ShopShop, Stella, Tok&Stok, VASAP
Descrição enviada pela equipe de projeto. Quantas histórias um edifício é capaz de abrigar? Originalmente construído em 1925 na cidade de Jaú como uma residência unifamiliar, este prédio foi elevado à showroom em 2011, quando Chiara Meschini e Raul Pabst evidenciaram suas paredes de tijolos, mas, sobretudo, estruturaram esse novo uso por meio da ampliação das aberturas, enquadradas no aço patinável, e do posicionamento do bloco de banheiros ilhados no salão, erigidos em concreto.
Uma década depois, o prédio seria objeto de uma nova conversão de atividade. Curiosamente, sua materialidade plenamente industrial serviria de abrigo para uma atividade em que seu protagonismo se encontra no âmbito artesanal, mas preservando-se sua herança italiana. Assim sendo, para o salão de atendimento o projeto se ateve, praticamente, ao olhar enquanto reforma de interiores, prevendo a ocupação de mobiliário e iluminação complementar. Mesas e luminárias pendentes foram desenhadas e fabricadas sob medida para o espaço.
Aproveitando a existência de vigotas de madeira oriundas da reforma, beneficiou-se em tampos de mesa e assentos de bancos modulares. Tubos de aço foram utilizados para a confecção dos pés. Também de secção circular, mas com diâmetro rigorosamente menor, a iluminação existente do salão - balizadores de piso - foi complementada por pendentes de luz direta e foco fechado, os quais foram produzidos sob medida, ocasionando uma luz cênica pontualmente posicionada sobre as mesas, marcando o seu centro.
Decorrida a execução do então projetado, foi necessária a ampliação, utilizando-se os fundos da construção do anexo. Mas aí era uma outra história. Neste novo contexto, na porção da edificação aos fundos do lote, seria integrado ao salão de atendimento o programa complementar: um pequeno lounge, uma sala para reserva de eventos e uma praça. Os dois primeiros ambientes, internos, se posicionam nas proximidades da cozinha. Distintos da materialidade do salão de tijolos maciços nas vedações e réguas de madeira no forro, esses espaços possuíam a plenitude do branco no piso, paredes e teto.
Desse modo, o projeto se ateve a ocupar esses espaços habilitando-os para o novo uso. A parte do mobiliário que era existente, como sofá e poltronas, foram aproveitados, adaptando-os com a substituição dos acabamentos. Já os novos, foram escolhidos um modelo de cadeira em polipropileno e de uma mesa em pés de aço e tampo ripado em madeira maciça. Quanto à iluminação, optou-se pela luz indireta enfaticamente no piso, os quais são pequenos paralelepípedos projetados e produzidos sob medida em serralheria.
A ambientação final do lounge e sala para eventos se deu pelo posicionamento de quadros, os quais são figurados pelas representações das paisagens napoletanas do século XVIII concebidas pelo Thomas Jones, e complementados pela vegetação em vasos. As portas de acesso aos ambientes restritos da pizzaria que se voltam para esse espaço da ampliação foram tratadas com a disposição de biombos ripados existentes, criando uma gradação entre eles.
Para a praça dos fundos do lote, o plano foi firmar a sua continuidade em relação ao acesso lateral, uma espécie de viela privativa em paralelepípedos. Assim sendo, esse espaço ao ar livre recebeu tratamento paisagístico com o adensamento de vegetação, tanto em canteiros no piso quanto em vasos, além da distribuição de móveis para acomodação dos clientes: cadeiras em alumínio e mesa ripada, além de um banco longo feito sob medida, alocados em meio ao jardim. A iluminação aqui se mantém no piso, com balizadores no perímetro das alvenarias.”